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Por que o networking é importante para você

26/07/2022

Uma prática comum entre executivos das big corps, as grandes e consolidadas organizações, é o networking para expandir a rede de contatos profissionais e ventilar possibilidades de parcerias e negócios. As próprias companhias incentivam esse movimento, pagando eventos, jantares e congressos, por exemplo, para as lideranças e gestores de área. Pequenos e médios empreendedores, muitas vezes afundados em dezenas de obrigações em seu negócio (já escrevi aqui sobre a “síndrome do topo da pirâmide”), podem pensar que o networking não é para eles, que é mera “perfumaria”. Ou, ainda, podem até se interessar, mas não sabem sequer por onde começar. Tornar-se conhecido, fazer com que as pessoas saibam quem você é e lhe procurem, e criar e fomentar conexões, porém, é fundamental também para as PMEs. Por onde, contudo, começar? Já que estamos em tempos em que o virtual foi impulsionado, uma ferramenta excelente – e que já era importante no pré-pandemia – é o LinkedIn. Muitos empresários acreditam, equivocadamente, tratar-se de uma rede social assim como as outras. Assim, se já estão presentes em uma delas, geralmente o Instagram, não faz sentido se inserir em outra. Diversos empreendedores, aliás, utilizam o Instagram para trabalhar, vender roupas, cursos, itens de decoração, etc, dependendo da área de atuação. Isso é muito válido. O LinkedIn, entretanto, não tem esse mesmo propósito e não deve ser ignorado. A plataforma é bastante relevante tanto para criar uma primeira conexão com um potencial parceiro de trabalho quanto para fortalecer conexões que se iniciaram no “mundo real”. Mas fazer um networking mais próximo, digamos assim, também é crucial. Um exemplo é se aproximar de hubs de negócios da sua cidade ou estado, até mesmo o Sebrae. Ainda, participar de pequenas confrarias de empresários, que se encontram para confraternizar e conversar sobre negócios, é interessante. Os empreendedores costumam cometer o erro de acreditar que para fazer parte desse tipo de grupo é necessário ser uma espécie de “orador”, alguém com excelente comunicação, e isso não absolutamente é verdade. Eu mesmo, sempre me achei tímido, reservado, e achava que networking não era para mim. Faz bastante tempo que tenho LinkedIn, mas durante anos eu deixei meu perfil preenchido de forma básica e não fazia nenhuma postagem, até perceber que muitos negócios eram fechados por lá, que muitas oportunidades eram gerenciadas pela plataforma. E essa é a visão de muitos empresários de PMEs. Só que além de estar presente no LinkedIn, explorar o networking é se aproximar do ecossistema do qual você faz parte. Se você é um empreendedor de tecnologia, busque iniciativas próximas, busque contatos que podem ser interessantes e marque um café, um almoço. É clichê, mas, por mais que a Internet tenha facilitado muito a nossa vida, o olho no olho ainda é essencial. Acho que não consigo nem calcular quantos cafés eu tomei apenas para conhecer contatos. E essa primeira abordagem é, realmente, para se apresentar, falar sobre o que você faz e conhecer melhor seu interlocutor. Não é para pedir nada nesse momento. Muitos empresários com quem eu conversei não sabiam quem eu era e eu não sabia quem eles eram, mas o negócio que eles faziam despertou meu interesse. Eu digo que essa abordagem inicial é mesmo uma “quebra de gelo”, para saber o que esse outro faz e aonde ele quer chegar para, então, colocar-se à disposição no sentido de como você pode colaborar e ajudar o negócio desse empresário a gerar (mais) valor. Depois de um tempo, isso começou a acontecer comigo também: as pessoas com quem eu me encontrava falavam de mim para outras pessoas e estas me procuravam. Já o encontro corporativo é um nível mais avançado de networking. Os executivos têm pouco tempo para conversar e o evento vira uma espécie de pitch de si próprio – não da sua empresa. É preciso, todavia, preparar-se e saber falar não apenas sobre si, mas sobre temas da atualidade e que impactam no mercado. Se você chega despreparado numa roda onde estão falando sobre economia, por exemplo, e você está por fora, não adianta querer trazer outro assunto, pois isso representa uma quebra no ciclo da conversa. Para interagir com um grupo de empresários, alguns assuntos são chave. Além de economia – cotação do dólar, comportamento de algumas commodities, ações que subiram ou tiveram queda etc –, falar sobre política é importante, mas se deve tomar cuidado para não se posicionar de forma a fechar eventuais portas. Seja um pouco Suíça nesse quesito. Quando é um evento com painelista, conferencista, uma dica de ouro é buscar informações sobre esse profissional e anotá-las, literalmente, em um caderno e levar consigo no dia. Assim, você tem “munição” para levantar a mão e fazer uma pergunta sobre um tema que você sabe que o painelista conhece e que ainda não foi abordado, pode citar um case dele. Isso cria um laço imediato em um espaço com outras dezenas, às vezes centenas de pessoas. Aí, depois da palestra, você procura o profissional para trocar uma ideia, trazer mais algum assunto, comentar sobre algum projeto no qual a pessoa esteja envolvida e tentar agregar algum valor de maneira gratuita. Mesmo que o painelista possa não gostar do que você fale, demonstra interesse. Numa terceira fase, adiciona no LinkedIn e mantém um contato mais aprofundado. Indispensável, não obstante, entender o objetivo do seu networking: é só fazer relacionamento, é se tornar conhecido, é fazer negócio, é ajudar alguém a fazer negócio? Como em praticamente tudo que se refere a negócios, ter um objetivo traçado é mandatório. Deve-se ter intenções, não se inserir à toa. Entrar por entrar não vai dar resultado. gazetadopovo

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